Os projetos que foram aprovados por maioria na última sessão da Assembleia Legislativa neste ano teve alguns debates interessantes, que cabem observações.
O projeto mais aguardado dentre os que constavam na pauta, sem dúvida alguma, foi o que tratava da reforma da previdência estadual.
Quando se fala de reformar a previdência, e se associa ao discurso político, encontramos posicionamentos de toda ordem, inclusive, aqueles que sabem da necessidade de mudanças nas regras, mas, é preciso ser contra, justificando pelas convicções.
O deputado Iran Barbosa do PT, por exemplo, se posicionou contrário do início ao fim da tramitação da proposta, afirmando que faz política para "garantir direitos dos trabalhadores, e não aceitar que beneficiários do regime previdenciário sejam taxados". Por isso seu posicionamento.
O parlamentar petista tem suas razões, o que não quer dizer que os demais aprovaram o PLC apenas pelo propósito de ver mudadas as regras da previdência. Não é por aí!
O tema da previdência já é discutido faz tempo e, em algum momento, sabia-se que ficaria insuportável, inviabilizando qualquer administração que estivesse no plantão. Incluindo o velho "se" num questionamento: E se o presidente fosse Haddad, sustentaria a previdência como se encontrava? Prefiro acreditar que não, pois, sei que também tinha desenhado as consequências disso se nada fosse feito.
Outro parlamentar que também falou sobre a proposta foi o Capitão Samuel, que disse fazer uma política "buscando reduzir o dano da sociedade" através do seu mandato.
Justificando seu conceito, o capitão relatou todas as negociações que tiveram com as categorias, até encontrarem o melhor termo e alterar a proposta em comum acordo com os atores envolvidos.
Já Georgeo Passos fez um resumo do que foi seu mandato passado se posicionando contra quase todas as propostas apresentadas pelo governo sem buscar acordos, e por conta disso, nada conseguiu para inserir, suprimir, modificar e até substituir textos dos projetos tramitados.
No mandato atual, o parlamentar continua oposição ao governo, mas, atua com mais diálogo e amadurecimento com a bancada governista, o que tem lhe rendido algumas conquistas dentre as que apresenta quando da tramitação dos projetos. No parlamento, a boa convivência entre maioria e minoria resulta nisso. O radicalismo, populismo, e o "jogo pra galera", fica apenas na tribuna da Casa, não avança para entendimentos.
O fato é que estava escrito: Ou Sergipe fazia sua reforma previdenciária, ou sobreviveria até abril/maio de 2020. Isso numa conta generosa, pois, o déficit já ultrapassa números suportáveis, e não é de agora. E todos sabem disso.
É lógico que quem está usufruindo dos benefícios sentem a visgada da mudança, mas, e o futuro? Não é melhor equilibrar a previdência, mesmo que visgado pela mudança da regra, e garantir o benefício? Ou valeria arriscar na continuidade, e mais adiante ouvir a possibilidade real que a previdência, literalmente, quebrou, a ponto de não pagar um real pra ninguém? Simples assim!
Portanto, respeitando todos os posicionamentos, prefiro o acordo pela redução de dano, a "defender" uma continuidade suicida de um sistema que já vem travando a economia do país e seus estados.
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